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Sistema Plantio Direto: uma estratégia de sucesso também para a produção de hortaliças

Sistema Plantio Direto: uma estratégia de sucesso também para a produção de hortaliças

Agronegócio no Brasil 16 de jun de 2020
Insumo
Postado por: Insumo Agrícola

Sabemos que, em geral, a produção de hortaliças é uma atividade intensiva, com sistemas de produção baseados em frequente mecanização, revolvimento do solo e elevada utilização de insumos químicos. Como resultado, observa-se em muitas das regiões produtoras, a ocorrência de processos erosivos, desgaste e esgotamento dos recursos naturais. Então como mudar este cenário?

Os benefícios do Sistema de Plantio Direto (SPD) na conservação do solo e na produtividade da lavoura são amplamente conhecidos na produção de grãos, sendo utilizado em mais de 22 milhões de hectares. Estudos realizados pela Embrapa hortaliças comprovam que o plantio direto é uma importante ferramenta também para a obtenção de sistemas produtivos e mais sustentáveis na produção de hortaliças, o chamado Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH).  

Em Santa Catarina o SPDH tem sido implantado pelos produtores desde 1980, o sucesso é tanto que a EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) estima que toda a olericultura catarinense seja conduzida nesse sistema até 2030.

 Como funciona?

O SPDH segue três princípios básicos:

1)    Revolvimento localizado do solo, restrito às covas ou sulcos de plantio;

2)    Diversificação de espécies pela rotação de culturas, incluindo plantas de cobertura para produção de palhada;

3)    Cobertura permanente do solo.

Preparação para o plantio:

1.    Semear a planta que vai servir de cobertura para o solo: Dê preferência para espécies com elevado potencial de produção de matéria seca e com profundo e vigoroso sistema radicular que têm a capacidade de reciclar nutrientes e de, após sua decomposição, tornar o solo leve e poroso promovendo bom enraizamento do cultivo subsequente. As plantas de cobertura podem ser culturas comerciais, como milho, sorgo, aveia ou trigo, que ofereçam uma renda extra ao produtor.

2.    Preparar a palhada: Manejo das plantas de cobertura por trituração, corte, acamamento e/ou dessecação;

3.    Delimitar área: Fazer o sulco ou covas para plantio;

4.    Ajuste na adubação e Irrigação: É necessário ajustar o sistema de irrigação, considerando o efeito da palhada sobre o solo, e da adubação, considerando a decomposição dos restos culturais das plantas de cobertura

5.    Semeio ou transplante de mudas

Quais os benefícios?

O uso da palhada protege o solo dos efeitos da água, do vento e do clima, reduz o estresse relacionado a fatores como temperatura, umidade, salinidade e PH do solo, luminosidade e ataque de pragas e doenças trazendo maior conforto para a cultura, protegendo o solo e produzindo com maior sustentabilidade. Se a planta fica mais resistente, exige menos insumos para se desenvolver de forma adequada.

Dentre os principais resultados observados por pesquisadores e produtores que utilizam este sistema destacam-se:

ü  Redução nas enxurradas em torno de 90% e nas perdas de solo em torno de 70%, minimizando processos erosivos;

ü  Economia em até 30% de água;

ü  Diminuição na mecanização em até 75% (não há a necessidade de aração e gradagem do solo);

ü  A regulação térmica com redução em até 10ºC na superfície do solo proporcionada pela palhada;

ü  Incremento nos teores de matéria orgânica e maior ação biológica de minhocas e outros organismos;

ü  Menor dispersão de doenças, pelo não revolvimento do solo e redução de enxurradas e respingos;

ü  Menos trabalho e mão de obra pela redução nas capinas. A barreira proporcionada pela palhada reduz a ocorrência de plantas daninhas em até 80%.

ü  Menor necessidade de adubação em função da preservação e recuperação da qualidade do solo;

ü  Redução da emissão de gases que causam o efeito estufa no ambiente

Com todos estes benefícios, o SPDH promove além de menor custo, a garantia de vigorosas e uma ótima produção de forma sustentável.

Os benefícios da adoção do sistema de plantio direto citados fizeram com que este fosse incluído no rol dos sistemas de produção preconizados pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) do Governo Federal.

Pesquisadores da Embrapa hortaliças destacam que o SPDH deve receber ajustes conforme as realidades locais, podendo ser desenvolvido nos mais diversos ambientes ou realidades socioeconômicas.

Quer saber mais? Acesse os links abaixo para vídeos e materiais complementares:

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/27699690/videos-destacam-beneficios-do-sistema-plantio-direto-em-areas-de-cultivos-de-hortalicas

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/201211/1/CT-168-22-08-2019-1.pdf

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/210362/1/folder-spdh.pdf

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/170160/1/DOC-156.pdf

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