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Bioindicadores: micro-organismos que avaliam a qualidade do solo

Bioindicadores: micro-organismos que avaliam a qualidade do solo

Agronegócio no Brasil 9 de ago de 2021
Insumo
Postado por: Insumo Agrícola

costumam fazer parte das rotinas de aferição da qualidade do solo na atividade agronômica, principalmente para avaliar a perda de matéria orgânica do solo. 

Entre os indicadores físicos mais comuns, podemos pensar na estrutura, textura, profundidade de enraizamento, capacidade de água disponível (reserva hídrica) e percolação da água.

Já entre os indicadores químicos, podemos pensar no pH, carbono orgânico, nitrogênio no solo, CTC (cátions), nutrientes disponíveis para as plantas e a condutividade elétrica e sais solúveis totais.

No entanto, os bioindicadores isoladamente não são capazes de descrever todos os aspectos da qualidade do solo, mas se utilizados em conjunto com a análise dos indicadores físicos e químicos, você consegue construir uma avaliação adequada.

Além disso, os indicadores biológicos apresentam extrema sensibilidade para detectar alterações ambientais, muitas vezes antes dos indicadores físicos e químicos.

Agora que você já sabe o que são e como os bioindicadores fazem parte da avaliação de qualidade do solo, vamos a alguns exemplos.

Quais são os principais bioindicadores de qualidade do solo?

Por se tratar de seres vivos, os indicadores biológicos são importantes na avaliação do solo variam de acordo com o tipo de solo, os sistemas de manejo e as condições climáticas.

Micro-organismos como fungos e bactérias são indicadores que podem mostrar ao produtor rural como anda o aumento ou decréscimo da matéria orgânica no solo.

Esse processo é realizado a partir da análise microbiológica do solo, onde se avalia principalmente a biomassa e a diversidade microbiana, além da respiração e atividade enzimática do solo.

A biomassa microbiana é um dos principais parâmetros avaliados na análise de bioindicadores do solo. Mas o que é a biomassa microbiana?

Biomassa microbiana

A biomassa microbiana é a parte viva e mais ativa da matéria orgânica do solo, sendo constituída principalmente por fungos, bactérias e arqueas. 

As mudanças na matéria orgânica do solo podem levar anos (ou até décadas) para serem percebidas, já as mudanças na biomassa microbiana podem ser detectadas com muito mais rapidez e facilidade.

Dessa forma, por serem parte da matéria orgânica do solo, elas podem indicar antecipadamente alterações que viriam a ocorrer na própria matéria orgânica.

Os processos de avaliação da biomassa microbiana podem ser diretos ou indiretos:

  • Os métodos diretos envolvem a microscopia dos seus componentes (fungos e bactérias), mas vêm sendo substituídos por métodos mais modernos.
  • Os métodos indiretos, mais modernos, compreendem a fumigação-extração, fumigação-incubação, e a respiração induzida pelo substrato.

Atividade enzimática

A análise da atividade enzimática também se mostra relevante na avaliação da qualidade do solo e na determinação de mudanças causadas pela atividade humana.

As enzimas do solo participam de reações metabólicas celulares, que são responsáveis pelo funcionamento e manutenção dos seres vivos. 

Além disso, também atuam como catalisadoras de reações resultantes da decomposição de resíduos orgânicos, ciclagem de nutrientes, formação de matéria orgânica e da estrutura do solo.

Veja abaixo as principais enzimas utilizadas como bioindicadoras:

  • Desidrogenase (indicadora da atividade microbiana);
  • B-glucosidase  e celulase (indicadoras da ciclagem de carbono);
  • Uréase (indicadora da ciclagem de nitrogênio);
  • Amidase (indicadora da ciclagem do N);
  • Fosfatase (indicadora da ciclagem do P);
  • Arisulfatase (indicadora da ciclagem do S);
  • FDA (indicadora da atividade enzimática).

Por isso, também aliadas à análise de indicadores físicos e químicos, se mostra um indicador relevante de qualidade do solo.

Bioindicadores e práticas agrícolas

Diferentes tipos de práticas agrícolas já mostraram evidência de alteração nos indicadores biológicos. Veja alguns exemplos:

Sistemas de manejo

Alguns estudos apontam para alterações nos indicadores biológicos do solo de acordo com o sistema de manejo utilizado. 

O sistema de plantio direto, por exemplo, em relação ao convencional, proporciona aumento na atividade e na presença da biomassa microbiana no solo.

Quando se compara os sistemas convencional e orgânico, o sistema orgânico apontou para um aumento da atividade e presença da biomassa microbiana no solo.

Aplicação de pesticidas

Outros estudos também apontaram que com a utilização do herbicida glifosato, é possível observar um aumento na respiração e na atividade enzimática do solo.

Como vimos, as características dos micro-organismos no solo tornam estes seres vivos indicadores biológicos relevantes para a avaliação da qualidade do solo.

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