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Produzir peixe em sistemas circulares é rentável e sustentável

Gestão de Agronegócio 8 de maio de 2024
Patric
Postado por: Patric Sequeira

Conforme especifica Ariel Belavi – referência nacional em aquicultura do INTA -, “os sistemas circulares de estufa são mecanismos intensivos de piscicultura que se baseiam no uso eficiente da água através do reaproveitamento e recirculação da água através de filtros biológicos e de sedimentação”. Assim, como notou, “é possível otimizar o uso da água e reduzir a pegada de carbono”.

Nesse sentido, Pablo Collins – pesquisador do Conicet – explicou: “Os peixes geram resíduos com alto teor de nitrogênio que podem causar toxicidade nos sistemas agrícolas se não forem eliminados ou transformados”. Daí a importância da recirculação que transforma esses resíduos em moléculas inofensivas aos peixes através de biofiltros. “ Isso permite que a água seja novamente utilizada no cultivo de peixes e/ou hortaliças, fechando assim o circuito hídrico nos sistemas produtivos”, explicou Collins.

Além disso, Belavi detalhou outros benefícios desse sistema de produção: “Por serem sistemas de estufa, nos permitem enfrentar os invernos intensos da região dos Pampas”. Acontece que, segundo os especialistas, “estes sistemas circulares enquadram-se nos objectivos da economia azul que, além disso, permitem elevados rendimentos comerciais em toneladas por hectare em regiões do país com restrições térmicas para a piscicultura, incluindo espécies nativas para climas temperado-quentes”.

Ao mesmo tempo, estes sistemas podem ser implementados em produções intensivas em áreas periurbanas e próximas, utilizando qualquer espaço disponível.

“Depois de um ano de estudo conseguimos avaliar a eficiência do sistema que utilizámos, do ponto de vista produtivo e ambiental”, confirmou o coordenador que anunciou terem obtido “resultados muito bons”. Neste ponto ele observou: “ Foram obtidos rendimentos muito superiores aos dos sistemas agrícolas semi-intensivos tradicionais”.

O estudo consistiu em avaliar o sistema em piscinas plásticas retangulares de 2,5 x 4 m de 10 mil litros e um biofiltro de 3 mil litros sob estufa (sem aquecimento de água). A densidade de estocagem utilizada foi de 15 peixes por m3 – 150 indivíduos por tanque – cultivando apenas machos de tilápia azul porque esta espécie é a mais utilizada internacionalmente para validar sistemas de aquicultura.

A cultura nessas condições atingiu uma produção total de 92 kg/pool após 12 meses de melhoramento, atingindo peso médio de 684 g (máximo de 962 g). O tamanho de 100% dos indivíduos excedeu o tamanho padronizado comercial e gastronomicamente como prato (maior que 25 cm).

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