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Aumentando efetivamente a produtividade no campo: 7 estratégias eficazes!

Aumentando efetivamente a produtividade no campo: 7 estratégias eficazes!

Agronegócio no Brasil 16 de jun de 2020
Insumo
Postado por: Insumo Agrícola

Produzir mais em uma mesma área, ou seja, aumentar a produtividade é essencial e vai além de somente aumentar a rentabilidade, é uma força motriz para o desenvolvimento econômico e social. Dessa forma, deve ser o foco ao se realizar o planejamento da safra.

Mas como isso é possível?

Basicamente a produtividade agrícola depende de dois componentes principais: o tipo e a qualidade dos insumos utilizados no processo de produção (tecnologia de produção); e da eficiência técnica no uso destes insumos.

São considerados como insumos agrícolas todos os fatores da produção em si, ou seja, os componentes que serão utilizados do plantio à colheita. Sua classificação baseia-se na origem e função, sendo: biológicos (sementes e compostos orgânicos de origem animal ou vegetal), químicos/minerais (corretivos, fertilizantes e defensivos de origem mineral ou química) e mecânicos (maquinários, implementos e equipamentos).

Conhecê-los e saber como utiliza-los é a chave para atingir altas performances com o máximo rendimento, otimizar os custos de produção e contribuir para uma agricultura sustentável!

A seguir 7 estratégias eficazes para implementá-los e atingir a máxima produtividade:

1.    Sementes e Semeadura

As sementes são consideradas o principal insumo da lavoura, isso porque dela depende mais da metade do investimento necessário à produção. Dessa forma, é importante considerar os seguintes pontos:

Defina as cultivares: O melhoramento genético ao longo dos anos permitiu o desenvolvimento de cultivares agronomicamente superiores e com novas tecnologias à disposição do agricultor. Porém a escolha da cultivar a ser utilizada deve ser criteriosa visando atender as necessidades específicas da região, uma vez que não existe cultivar que consiga atender a todas as situações regionais. O ideal é que se escolha mais de uma cultivar adaptada a região de cultivo com alguma diferença entre elas, especialmente no que se refere ao ciclo, isto minimiza os riscos, por exemplo, de uma estiagem ou ocorrência de doenças.

Use sementes certificadas: Sementes certificadas e o tratamento adequado (fungicidas) garantem a qualidade, que engloba os aspectos físicos; fisiológicos; genéticos e sanitários. Estes atributos beneficiam o produtor com maior uniformidade na distribuição das sementes na semeadura (otimizando o aproveitamento dos espaços), altas taxas de germinação (diminuindo a ocorrência de falhas no estande e necessidade de replantio), vigor, homogeneidade e sanidade na emergência das plântulas, além da ausência de misturas com sementes indesejadas.

  Respeite a época de semeadura: A produtividade começa antes da cultura ir a campo e sim no planejamento da safra. Planejar a época de plantio é um quesito chave que pode comprometer todo o andamento da lavoura. Estudos realizados por pesquisadores da EMBRAPA Milho e Sorgo demonstram que um dia de atraso na semeadura do milho pode resultar em perdas de 30 a 40 kg/ha por dia de atraso na produção. Assim, após a escolha da cultivar, é imprescindível seguir as instruções do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Estes cuidados não oneram o custo da produção e garantem o bom desempenho da cultura no campo.

Espaçamento e distribuição: Sementes bem distribuídas no campo é fundamental para garantir a produtividade. Na soja, cada falha/m²  representa perda de 180 a 240 kg de soja/ha. Plantas duplas ou sombreadas dificultam proteção, causam perdas de folhas e menor enchimento de grãos. No milho, cada falha/m² representa perda de aproximadamente 1500 a 1700 kg de milho /ha. As recomendações de densidade e espaçamento variam conforme a cultivar que será utilizada.

Por esse motivo, além de utilizar sementes de qualidade, é de extrema importância o treinamento de equipe, a regulagem correta da semeadora, o uso de velocidade adequada e a manutenção dos equipamentos.

2.    Conheça e cuide do seu solo

O solo, além de fornecer suporte físico para as plantas, tem grande importância na manutenção do ecossistema pois fornece nutrientes, regula a distribuição de água e age como tampão ambiental por atuar como reciclador de compostos orgânicos.

Sua composição é altamente variável conforme a região. No estado do Paraná, por exemplo, observa-se alta variação na formação geológica do solo a qual resulta em grande diversidade quanto ao grau de intemperismo, textura e fertilidade. Dessa forma, é de suma importância conhecer as características físicas, químicas e biológicas do solo da sua região para assim realizar o manejo.

Entretanto, independentemente do tipo de solo, é comprovado que o uso da mesma cultura de forma recorrente é prejudicial a todo sistema produtivo. Algumas práticas de manejo do solo propostas no Sistema de Plantio Direto (SPD), tais como a Rotação de Culturas, Consorciação e/ou Adubação Verde, são consideradas estratégias eficientes para a melhoria da qualidade e do potencial produtivo do solo agrícola. Estas são práticas, fáceis de serem adotadas e promovem:

*Aproveitamento dos nutrientes em distintas camadas do solo,

*Maior diversidade de substratos orgânicos,

*Interrompem ciclo de doenças,

*Aumento da atividade e diversidade microbiana,

*Diminuem a compactação do solo

*Garantem maior produtividade.

3. Garanta a drenagem adequada da água

O gerenciamento da água é essencial para a sobrevivência da cultura e para maximizar o potencial de rendimento. O desenvolvimento de um sistema de drenagem eficaz impede o alagamento e a salinização do solo, os quais prejudicam e oneram a produção. Práticas de irrigação aprimoradas ajudarão a conservar a água e proteger as terras vulneráveis.

4. Aposte na Calagem

A maioria dos solos brasileiros são predominantemente ácidos. A acidez do solo é considerada uma das principais causas da redução do potencial produtivo devido à presença de alumínio e manganês em níveis tóxicos para as plantas além da baixa disponibilidade de nutrientes como cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K), e elevada adsorção de fósforo (P) em argilas oxídicas.

Neste cenário, a calagem é recomendada como a primeira ação de intervenção no manejo dos solos tropicais, pois corrige a acidez do solo gerando benefícios na disponibilização e absorção de nutrientes pelas plantas. Diversos estudos relatam incrementos na produtividade com a calagem, podendo chegar em até 151%. Porém, as maiores produtividades são alcançadas quando a calagem e a adubação são utilizadas em conjunto.

5. Utilize os fertilizantes de forma inteligente

Os nutrientes essenciais para o desenvolvimento das culturas são classificados conforme as quantidades exigidas pelas plantas em macronutrientes (C, H, O, N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (Cu, Fe, Mn, Zn, Ni, B, Cl, Mo). Cada nutriente tem sua importância na produtividade e para que esta seja alcançada é preciso monitorar a lavoura e realizar as aplicações dos fertilizantes sempre que necessário, considerando a demanda requerida conforme o estádio de desenvolvimento da cultura.

Ou seja, não há uma receita de bolo, não acredite em “pacotes prontos” para o manejo, correção e adubação pois cada região tem padrões climáticos e edáficos únicos e estes interferem diretamente na produtividade. É importante encontrar o ponto de equilíbrio dos nutrientes presentes no solo e na planta, para assim garantir o aumento da produtividade reduzindo o desperdício e consequentemente o custo de produção. Daí a necessidade do produtor conhecer sua área, realizar análises periódicas do solo, observar a ocorrência de sintomas indicadores de deficiências nutricionais, análise química das plantas (foliar), pesquisar sobre as melhores estratégias, tecnologias e insumos que devem ser empregados em sua lavoura.

6. Controle de pragas, doenças e plantas invasoras (daninhas)

Pragas, doenças e a presença de plantas invasoras na lavoura podem ocasionar graves danos econômicos quando não manejados corretamente. Planejamento, dessecação e preparo da área antes da semeadura, limpeza e regulagem dos maquinários, uso de sementes sadias e o constante monitoramento são estratégias que auxiliam no controle garantindo o uso racional e eficiente de agrotóxicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas).

Como medida alternativa, pesquisadores da EMBRAPA Soja tem apresentado resultados satisfatórios do uso das estratégias do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do controle biológico. O monitoramento da lavoura e a amostragem realizada periodicamente permitem a identificação correta dos insetos pragas bem como estimar a densidade populacional e ocorrência de inimigos naturais para a tomada de decisão com relação ao controle desses insetos. Como resultado tem-se a eficiência no controle e redução nos custos de produção.

7. Invista em novas tecnologias

A cada dia o campo tem se tornado mais tecnológico, disponibilizando cada vez mais benefícios ao produtor. Dentre as tecnologias mais recentes, temos a chamada Agricultura de Precisão. Trata-se de um sistema que fornece aos agricultores informações precisas sobre o que plantar, quais pesticidas são necessários e quanto fertilizante usar em determinados solos e até em diferentes solos de um campo. O conceito, concebido no início dos anos 80, envolve o gerenciamento da fazenda com base na observação, medição e resposta à variabilidade espacial e temporal inter e intra-campo na produção agrícola. O objetivo final da agricultura de precisão é criar sistemas de gerenciamento agrícola que otimizem retornos, minimizem insumos, preservem recursos e protejam o meio ambiente.

Lembre-se: O manejo inadequado ou a falta dele, ao longo do tempo, sai mais caro para o bolso do produtor pois causa a degradação por processos físicos (erosão, compactação e declínio da estrutura), químicos (lixiviação, acidificação, diminuição da matéria orgânica e desequilíbrio ou redução de nutrientes) e biológicos (redução da matéria orgânica). Muitos destes danos podendo ser irreversíveis. 

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