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LEIA MAISConhecendo a Qualidade do Solo
O solo é o grande patrimônio da humanidade e dele depende toda a vida no nosso planeta. É importante compreender que nele é onde a geologia e a biologia se encontram, não sendo, portanto, uma matéria sem vida. Pelo contrário, apesar do solo não ser uma entidade viva no contexto bioquímico, ele comporta-se como entidade viva ou um grande reator, com milhares de reações ocorrendo de maneira simultânea. é no solo onde encontramos a maior biodiversidade de espécies do mundo! Ou seja, o solo é vivo e é a base para a sobrevivência da humanidade.
Um sistema tão importante e que tem demonstrado apresentar fatores mais complexos do que somente físicos e químicos para atingir seu potencial máximo de qualidade.
A saúde do solo vai além da sua capacidade de produção! Ou seja, é possível ter um solo com baixa qualidade, mas cujas elevadas produtividades estejam relacionadas a entradas de insumos em doses muito acima das recomendadas para solos bem manejados, uma condição que não é sustentável em longo prazo, pois pode resultar em contaminações do ambiente e prejuízos aos agricultores.
Mas o que é um solo de qualidade?
Para se compreender o conceito de qualidade, temos que considerar a constituição e função do solo: O solo é composto por três fases:
Os percentuais relativos a cada fase são muito variáveis de acordo com as condições climáticas, que determinam principalmente o teor de umidade, textura (proporção de areia, silte e argila), grau de desenvolvimento do solo, ou mesmo a forma de preparo e utilização do solo. Hipoteticamente, se pudéssemos separá-lo em partes, poderíamos encontrar: 50% espaço poroso com gases e água 45% parte sólida mineral (inorgânica) 5% parte sólida orgânica (matéria orgânica)
Dessa forma, definições para a qualidade do solo incluem “aptidão para uso” e “a capacidade de funcionamento de um solo”. Combinando isso, a qualidade do solo é a capacidade de um solo de realizar as funções necessárias para o uso pretendido. As quais incluem:
Ou seja, um solo de qualidade produz de forma sustentável, não dependendo de altas dosagens de adubos e fertilizantes muitas vezes utilizados de forma indiscriminada. No Brasil, 80% dos adubos são importados e dessa forma cotados com base no dólar. Este é o principal fator que acarreta nas oscilações dos preços dos insumos e consequentemente no aumento dos custos com a produção.
Buscando soluções para elevar a qualidade do solo, pesquisadores da Embrapa investiram nos estudos relacionados aos efeitos de cada componente do solo e comprovaram que as análises físicas e químicas não são suficientes para determinar a qualidade do solo. Os resultados observados demonstraram que áreas quimicamente semelhantes apresentaram diferenças em produtividade, sendo que as biologicamente ativas, foram as melhores. Estes resultados comprovam a importância da porção biológica do solo e como esta deve associada às análises químicas e físicas.
Com este conjunto de informações, os padrões de fertilidade atualmente utilizados para definir as recomendações de adubações químicas podem ser ajustados. Será possível mensurar a eficiência da adubação mais próxima da realidade e assim adequar as doses ideais e o uso dos fertilizantes de forma segura, racional e econômica para o produtor.
Figura da representação esquemática da maquinaria biológica, principal responsável pelo funcionamento do solo.(Fonte: Iêda Carvalho Mendes et al., 2019)
Como avaliar a qualidade do solo? A qualidade de um solo, ou sua capacidade de funcionar, é avaliada com base em suas propriedades físicas, químicas e biológicas de forma subjetiva (avaliação visual), semiquantitativa (por meio de kits) ou quantitativas (por meio de análises laboratoriais de amostras provenientes do campo).
Algumas propriedades do solo são consideradas inerentes ou invariáveis ao uso pois mudam muito pouco ou nada com o manejo. Ou seja, foram formadas ao longo de milhares de anos pelos fatores de formação do solo: clima, topografia, material original, biota e tempo. Exemplos de propriedades inerentes são textura do solo, tipo de argila, profundidade da rocha e classe de drenagem.
Por sua vez, a maioria das propriedades do solo são consideradas “dinâmicas”, pois são diretamente afetadas pelo tipo de manejo adotado do solo e por distúrbios naturais ao longo do tempo. Ou seja, mudanças significativas nas propriedades do solo podem ocorrer em um único ano ou estação de cultivo.
Neste sentido, muitas pesquisas tem sido desenvolvidas para estabelecerem Parâmetros considerados como Indicadores de Qualidade do Solo (IQS), os quais incluem indicadores Físicos, Químicos e Biológicos.
Indicadores de Qualidade Física do Solo: estão relacionados com variáveis como textura, densidade, porosidade, compactação e agregados, os quais expressam relação direta com a aeração e umidade do solo.
Indicadores de Qualidade Química do Solo: relacionam as variáveis em termos químicos relacionados a três funções principais: reciclagem de matéria orgânica, estocagem e liberação gradual de nutrientes e detoxificação de elementos potencialmente poluentes e tóxicos. Exemplos destes indicadores são: matéria orgânica, pH, capacidade de troca catiônica, disponibilidade e concentração de nutrientes.
Indicadores de Qualidade Biológica do Solo: São os que apresentam maior sensibilidade ao manejo do solo, podendo demonstrar uma alteração mais precisa e dinâmica do solo ou da sustentabilidade do sistema. São exemplos de indicadores biológicos: Análise microscópica do número de microrganismos; biomassa microbiana; atividade microbiana; N mineralizável e taxa de nitrificação, dentre outros.
É importante estar atento a qualidade do solo em todos os seus aspectos (físicos, químicos e biológicos). Para isso, algumas dicas importantes:
Saiba mais em: BALOTA, E. L. Manejo e Qualidade Biológica do Solo. Ed. Mecenas, 2017. 288p. Bünemann, E. K. et al. Soil quality – A critical review. Soil Biology and Biochemistry 120 (2018) 105–125. https://doi.org/10.1016/j.soilbio.2018.01.030www.embrapa.brhttps://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/nrcs/detailfull/soils/health/assessment/?cid=stelprdb1237387Iêda Carvalo Mendes et al. Bioanálise do solo: aspéctos teóricos e práticos. 2019
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