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Bioinsumo: o uso dos biofertilizantes

Bioinsumo: o uso dos biofertilizantes

Agronegócio no Brasil 26 de ago de 2021
Insumo
Postado por: Insumo Agrícola

Recentemente o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), lançou o Programa Nacional de Bioinsumos. Uma medida que tem por objetivo diminuir o uso e a importação de insumos químicos (agrotóxicos) e promover o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira, estimulando o uso de agentes biológicos, reduzindo os custos de produção e os danos ao meio ambiente.

Mas o que são os Bioinsumos?


Os bioinsumos são produtos, processos ou tecnologias de origem biológica (vegetal, animal ou microbiana) destinados ao uso nos diversos processos dos produtos agropecuários: produção, proteção, armazenamento e beneficiamento. Abrangem fertilizantes, promotores de crescimento vegetal, produtos para nutrição vegetal e animal, defensivos para controle de pragas e doenças, produtos fitoterápicos ou tecnologias que têm ativos biológicos na composição. 

Dentre os tipos de Bioinsumos, destacam-se: Agentes biológicos de controle: Solutos com microrganismos que promovem o controle das pragas por atuarem na função de predadores e inimigos naturais;
Bioestimulantes: Produtos feitos a partir de substâncias naturais que podem ser aplicados nas sementes, no solo ou nas plantas para melhorar o desempenho, a germinação, o desenvolvimento das raízes e demais processos fisiológicos das plantas;
Condicionadores biológicos de ambientes: Substâncias que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes de produção;
Inoculantes biológicos: Soluções de microrganismos com foco na intensificação do processo natural de fixação biológica de nitrogênio e outras características benéficas para o desenvolvimento vegetal.
Biofertilizantes: Atuam aumentando a produtividade e a qualidade das plantas. De acordo com o MAPA, Biofertilizantes são “produtos que contém componentes ativos ou substâncias orgânicas, obtidos de microrganismos ou a partir da atividade destes, bem como seus derivados de origem vegetal e animal, capazes de atuar direta ou indiretamente sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, no aumento de sua produtividade ou na melhoria de sua qualidade, incluídos os processos e tecnologias derivados desta definição”

Neste post veremos as principais características, usos e benefícios dos BIOFERTILIZANTES

OS BIOFERTILIZANTES

1. FORMAS DE APLICAÇÃO: 

Os Biofertilizantes podem ser líquidos ou sólidos e podem ser aplicados nas folhas, no solo, nas sementes, na fertirrigação e na hidroponia. Alguns exemplos de uso: 
SOLO:
 Quando aplicados no solo, os microrganismos presentes nestas soluções, colonizam o interior e exterior dos órgãos da planta e estimulam o crescimento radicular e melhoram os processos metabólicos da planta como: crescimento vegetativo, floração, pegamento e enchimento dos frutos e dos grãos. 
Isso é possível principalmente pela capacidade destes microrganismos em solubilizarem nutrientes essenciais, aumentando sua disponibilidade e absorção. Ou seja, as plantas passam a absorver, por si só, uma quantidade maior de nutrientes que, mesmo que estejam naturalmente presentes no solo, muitas vezes não poderiam ser assimilados porque estão em uma forma insolúvel. Além da nutrição vegetal, com a aplicação dos Biofertilizantes, a constituição mineral do solo é beneficiada, principalmente com a diminuição da acidez, proporcionando aumento do pH. 

Plantas bem nutridas é sinônimo de plantas mais saudáveis! 

Sendo assim, os Biofertilizantes protegem as plantas tornando-as mais tolerantes aos ataques de pragas e patógenos e a superarem as adversidades ambientais, como por exemplo a falta de água e as altas temperaturas. 
Os fertilizantes químicos convencionais, no entanto, fornecem ao solo elementos químicos que, apesar de funcionarem como fertilizantes, podem acabar contaminando o meio ambiente se não forem manejados na dose certa e no momento certo. Neste sentido, os Biofertilizantes podem complementar e, quando apropriado, substituir os fertilizantes químicos convencionais, reduzindo custos e promovendo a qualidade do meio ambiente. 
SEMENTES: No tratamento de sementes, a aplicação aumenta o acesso e disponibilidade de nutrientes à semente e, ainda a protege contra enfermidades do solo contribuindo para a sanidade e vigor das plântulas.
FOLHAS: Quando a aplicação é feita nas folhas, os Biofertilizantes possuem efeito fito hormonal, fungicida, bacteriológico, nematicida, acaricida e de repelência contra insetos, atuando, como um protetor natural das plantas contra doenças e pragas, causando ainda, menos danos ao ambiente, sem riscos para a saúde humana. 

2. TIPOS DE BIOFERTILIZANTES

De acordo com a Instrução normativa no. 61 do MAPA publicada em 08 de julho de 2020, os Biofertilizantes são dividios nos seguintes grupos: 
• Biofertilizante de aminoácidos: produto obtido por fermentação ou hidrólise de materiais orgânicos naturais;• Biofertilizante de substâncias húmicas: produto obtido por decomposição e solubilização de materiais orgânicos e posterior oxidação e polimerização, formadas basicamente por ácidos húmicos, ácidos fúlvicos e huminas;• Biofertilizante de extratos de algas ou algas processadas: produto obtido por extração e beneficiamento de algas;• Biofertilizante de extratos vegetais: produto obtido por extração de compostos orgânicos solúveis da fermentação ou beneficiamento de materiais orgânicos, isentos de contaminação biológica;• Biofertilizante composto: produto obtido pela mistura de dois ou mais Biofertilizantes dos grupos de aminoácidos, substâncias húmicas, extratos de algas, extratos vegetais e outros princípios ou agentes orgânicos aprovados;

3. COMO SÃO PRODUZIDOS?

Os Biofertilizantes que são feitos apenas com água (não clorada, de fonte fluvial ou pluvial), material orgânico (estercos animais frescos ou plantas) e uma fonte de energia para alimentar os microrganismos (melaço, leite, entre outros) são chamados de Biofertilizantes Naturais. Por sua vez, os Biofertilizantes enriquecidos, são aqueles em que se adicionam minerais (cinzas, pó de rochas ou substâncias solúveis) para melhorar sua constituição. 

É importante lembrar que essas substâncias devem ser transformadas em compostos orgânicos pela ação dos microorganismos do Biofertilizante. Daí a importância da fermentação. A fermentação pode ser realizada em sistema aberto, com a presença de ar (aeróbico), ou fechado, com ausência de ar (anaeróbico). O resultado da fermentação é um resíduo liquido, utilizado como adubo foliar e defensivo natural, geralmente rico em matéria orgânica e microrganismos. Um Biofertilizante de boa qualidade é um produto bem fermentado que não apresenta mau cheiro. Um dos Biofertilizantes enriquecidos mais conhecido é o “super magro”.
Dica: Em um saco de adubo químico são encontrados apenas 3 nutrientes que formam o famoso NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). Já em um Biofertilizante são encontrados pelo menos 12 nutrientes.
Por ser um produto fermentado por microrganismos e ter como base a matéria orgânica, apresenta em sua composição quase todos os nutrientes exigidos pelas plantas, variando em suas concentrações, dependendo diretamente da matéria-prima a ser fermentada, podendo ser produzido na propriedade. 
Importante! Produtores orgânicos devem consultar órgãos de regulamentação para autorização do uso de Biofertilizantes, principalmente quanto à aplicação em partes comestíveis das plantas. O uso de Biofertilizante é permitido desde que ele esteja fermentado e bioestabilizado (curado).

4. VANTAGENS E BENEFÍCIOS DO USO DOS BIOFERTILIZANTES 

• Permite a produção de alimentos mais saudáveis, com menor impacto ao meio ambiente. • Fortalece as plantas e garante maior resistência ao ataque de pragas e doenças. • Melhora a produtividade das culturas. • Apresenta menor custo quando comparado aos fertilizantes químicos. • É rico em nitrogênio e outros nutrientes (fósforo, potássio, cálcio, etc.) indispensáveis ao solo. • Melhora a fertilidade do solo por adição de nutrientes. • Reutiliza matéria-prima da propriedade. • Pode-se tornar uma fonte alternativa de renda.

5. DESVANTAGENS

• Por serem diluídos, são necessárias mais aplicações para obter a quantidade suficiente de nutrientes do solo, o que pode levar a compactação pelo fluxo de maquinário e maior demanda de mão de obra.  • O armazenamento e o transportes, se não realizados sob condições adequadas, podem comprometer a qualidade do Biofertilizante. • A composição tende a ser mais complexa e variável de um produto químico.• Adubos orgânicos preparados de forma inadequada podem conter patógenos de origem vegetal ou animal que são prejudiciais para os humanos ou plantas. 

6. ONDE ENCONTRAR? 

O Programa Nacional de Bioinsumos disponibilizou recentemente o aplicativo “Bioinsumos” o qual contém um catálogo com 580 produtos biológicos disponíveis no país. Desse total, 265 são defensivos biológicos, entre bioacaricidas, bioinsecitidas, biofungicidas e bioformicidas. Os outros 315 itens são inoculantes e Biofertilizantes. Todos os produtos são registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

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