A cana-de-açúcar é um tipo de grama gigante originária da Nova Guiné (Austrália), que chegou ao Brasil no séc. XVI através dos Portugueses.
A cana-de-açúcar está presente nos livros de história do Brasil, nas pautas de agronegócio, nas pesquisas sobre energia limpa, nos casos de exploração de trabalho infantil, nos debates sobre combustíveis e afins.
Essa cultura multifuncional está há anos no contexto econômico, cultural e social brasileiro. Já teve seu auge no Ciclo da cana-de-açúcar, passou por polêmicas sobre as condições de trabalho e, atualmente, é vista como uma das soluções mais sustentáveis para o país.
Por isso, resolvemos dedicar um post do nosso blog para falarmos sobre quase tudo que envolve a cana-de-açúcar. Desde sua origem asiática até o cafezinho com bolo que você toma aí na sua casa.
A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) é originária da Nova Guiné, norte da Austrália. De lá, a planta foi para a Índia, Arábia, África depois para a Europa até chegar no Brasil através dos portugueses.
Classificação científica da cana-de-açúcar:
No séc. X, os árabes introduziram o cultivo de cana-de-açúcar no Egito, Chipre, Sicília e Espanha. Mas, os historiadores afirmam que foram os egípcios responsáveis pelo processamento do caldo de cana, originando um açúcar de alta qualidade na época.
No Brasil, o chamado Ciclo da Cana-de-Açúcar foi um período da história colonial do Brasil, entre os séculos XVI e XVIII. Os portugueses que cultivavam a cana na Ilha da Madeira, trouxeram para as américas a cultura já experimentada na Europa.
O Ciclo da cana-de-açúcar teve início com Martim Afonso, que acompanhando Pero Vaz de Caminha, trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar para serem cultivadas no território brasileiro.
Em 1533, na cidade de São Vicente, São Paulo, o primeiro engenho de cana-de-açúcar foi montado. Mas, foi em Pernambuco e Bahia onde as plantações de cana mais deram certo, principalmente por causa do clima mais quente do que de São Paulo.
O crescimento rápido e lucrativo da cana-de-açúcar em território brasileiro, sustentou a economia portuguesa durante os séculos XVI e XVII. No entanto, os colonizadores usavam a mão de obra escrava africana para manter esse ciclo em pleno funcionamento.
Apesar dos lucros serem destinados para a nobreza portuguesa, o açúcar representou a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil. No final do século XVI, o Brasil já era considerado o maior produtor e fornecedor de açúcar no mundo.
Mas, com a descoberta do ouro no final do século XVII em Minas Gerais, o açúcar saiu de cena e perdeu o status de primeiro lugar na geração de riquezas, e sua produção se retraiu até o final do século XIX.
A cana já passou por diversas transformações. A variedade utilizada atualmente surgiu do cruzamento da espécie primordial com mais quatro modelos alternativos do gênero Saccharum.
Essa engenharia genética permitiu que a cana fosse mais resistente ao clima e às pestes. Oferecendo também um desempenho maior para a produção do caldo, que depois de concentrado por fervura, resulta no xarope da cana.
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Depois do processamento do xarope da cana, o açúcar é cristalizado, tendo como subproduto o melaço. Do caldo também é feita a produção de etanol, por meio de processo fermentativo, além de bebidas como cachaça ou rum e outras alcoólicas.
Das fibras da cana é feita a matéria-prima para produção de energia elétrica pela queima e na produção de vapor em caldeiras que tocam turbinas, através de hidrólise enzimática ou por outros processos que transformam a celulose em açúcares fermentáveis.
De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2021, a cana-de-açúcar é a principal fonte de energia renovável do Brasil. A publicação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que a biomassa de cana representa 19,1% da oferta interna de energia (OIE) ou 39,5% de toda a energia renovável utilizada no Brasil.
A cana-de-açúcar sozinha já posiciona o Brasil como referência global em energias limpas Sua participação de 13,8% na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), coloca o país acima da média mundial, que é de 11%.
Na agroindústria canavieira, praticamente todos os resíduos são reaproveitados. A torta de filtro, formada pelo lodo produzido pela clarificação do caldo é utilizada como adubo para a lavoura de cana-de-açúcar. A vinhaça é utilizada para irrigar e fertilizar o campo. E, outros elementos são usados para a produção de biogás.
Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que na safra 2020/2021, Minas Gerais alcançou volume recorde de 70,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Um crescimento de 2,7% na comparação com a safra 2019/2020. A área colhida alcançou 854,2 mil hectares, com aumento de 4,1%, o melhor desempenho da produção mineira desde o início da série histórica em 2005/2006.
Enfim, a cana-de-açúcar é uma das culturas agrícolas mais antigas do Brasil e permanece estratégica ao país por sua capacidade multifuncional de produção e de aproveitamento de resíduos.
Além disso, as lavouras de cana-de-açúcar ocupam, apenas, 1,2% do território nacional e estão localizadas a mais de 2 mil quilômetros da Amazônia. Dessa forma, permanecem distantes das discussões sobre desmatamento e impactos ambientais.
Independentemente do que você usa para adoçar seu café e seus alimentos, o blog da Insumo Agrícola fala sobre tudo o que você precisa saber do agronegócio brasileiro.
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