A Importância da Fertilização no Crescimento Saudável das Lavouras
A fertilização é um dos pilares essenciais para o sucesso no agronegócio. Sem uma nutrição adequada, as plantas podem...
LEIA MAISO preço do arroz subiu 109% entre março e setembro de 2020. Mas, mesmo com baixa, a tendência de alta se confirma em 2021.
De 2020 para 2021, a área plantada de arroz no Brasil avançou 12%, mas a queda da demanda interna pelo grão fez com que os brasileiros continuem a ver valores expressivos do arroz nas prateleiras dos supermercados.
O gráfico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), registra a sazonalidade do preço do arroz em casca nos últimos 12 meses. Com a chegada da pandemia no Brasil, o preço do produto atingiu um pico de quase R$110,00, em setembro de 2020.
Foi a primeira vez que o Cepea registrou um valor acima de R$100,00 na saca de 50 quilos, desde que passou a realizar seus levantamentos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar-RS).
E, mesmo que a curva de preço tenha caído a partir de novembro do ano passado, a tendência de alta permanece porque o valor em junho de 2021 continua mais alto que em julho de 2020.
Antes da pandemia, o preço da saca de 50kg girava em torno de R$40, mas, a expectativa é de que o preço do arroz continue flutuando acima dos R$60, em 2021.
As primeiras colheitas da safra de arroz 2020/21 foram iniciadas no fim de fevereiro. E, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz, até o momento foram colhidos cerca de 12.468 hectares do grão.
Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra deste ano deve ter um recuo de 2,5% comparada ao ano anterior: no total, estima-se que a colheita deva atingir 10,9 milhões de toneladas.
Segundo a Diretoria de Agronegócio do Itaú (BBA) o pouco arroz disponível ainda está na mão de produtores mais capitalizados que optaram por esperar a alta do mercado. Sendo assim, a expectativa é de que o preço do produto permaneça em alta a médio prazo.
De acordo com Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o preço da saca de 50 quilos deve ficar de R$72 a R$82 ao longo de 2021. E, obviamente que o consumidor final sentirá no bolso esse aumento.
Mas, para compreendermos o porquê dessa alteração brusca no preço de uma das commodities mais importantes do Brasil, separamos alguns dos possíveis motivos desse aumento no preço do arroz.
O arroz e o feijão são culturalmente a base da alimentação brasileira. Por isso, o isolamento social e o auxílio emergencial fizeram com que a procura pelo arroz subisse 28% nos supermercados. E, mesmo que o valor do auxílio seja menor em 2021, as medidas restritivas continuam a influenciar a demanda pelo produto.
Guilherme Viana, analista da Safras & Mercado, diz que “a indústria afirma que o varejo apresentou uma demanda três vezes superior ao observado no ano passado no início da pandemia, nos meses de março e abril”.
Portanto, um dos motivos principais da alta do preço do arroz, foi a crise sanitária causada pelo coronavírus, que fez a demanda aumentar, sendo que a oferta pelo produto não estava preparada para tal cenário.
Além do aumento da demanda, a produção de arroz na última década caiu mais de 58%, passando de 2,9 milhões de hectares para 1,7 milhão de hectares em 2019/2020.
Alexandre Velho, presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) diz que “realmente, a gente vem indicando que precisamos ter um sistema de produção e não depender só da monocultura do arroz. Isso vem diminuindo a oferta”.
Você pode entender melhor sobre a produção de arroz em outro artigo do nosso blog: Agricultura de Jardinagem!
Alexandre explica que essa alta do preço do arroz vem depois de 5 safras sucessivas onde o produtor vendeu abaixo do custo de produção. Tal situação levou os produtores a diversificarem e começarem a plantar outras culturas de maior liquidez, como a soja e o milho.
E, para piorar o cenário, a China, a Índia e o Vietnã, grandes produtores mundiais de arroz, deixaram de exportar parte de suas produções para garantir a sua segurança alimentar.
Sem muitas opções para importação e com o preço alto do arroz que sai do Rio Grande do Sul, estado que comporta mais de 70% da produção nacional, o Brasil viu seus estoques do produto diminuírem cada vez mais.
Segundo a Conab, os estoques de arroz no Brasil chegaram a setembro de 2020 com, apenas, 606,6 toneladas, isto é equivalente a menos de um mês de consumo e o menor patamar para o mês desde 2010.
De acordo com Lucílio Alves, pesquisador do Cepea e professor da Esalq-USP, “há dez anos, os estoques públicos de arroz no Brasil em setembro passavam de um milhão de toneladas”.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o real foi a moeda mais desvalorizada frente ao dólar de 31 de janeiro de 2020 a 29 de janeiro de 2021.
Esse aumento expressivo da moeda norte-americana frente ao real tornou as exportações mais atrativas do que o mercado interno para os rizicultores, pressionando os preços no Brasil.
E, se durante 2021, o dólar continuar acima dos R$5, o incentivo nas vendas externas também se manterá em alta. O que, obviamente, faz com que os preços no mercado interno aumentem consideravelmente.
Mesmo com o preço do arroz em casca em alta, muitos incentivos para a importação e aumento da demanda do produto pelo consumidor final, muitos produtores de arroz não conseguiram alavancar no mercado.
Isso aconteceu principalmente por causa do baixo incentivo que a rizicultura tem no Brasil. As taxas para importação são altas e muitos dos estoques dos produtores já haviam acabado antes de setembro de 2020, quando o pico do preço aconteceu.
Segundo os dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), menos de 30% dos produtores conseguiram aproveitar os preços recordes da entressafra, enquanto os custos de produção aumentaram 10,5%, .
Alexandre Velho, Federarroz, afirmou que “a maioria vendeu a R$45 a saca no início da safra, poucos conseguirão alcançar uma média de R$70”. Diante disso, a orientação da Federarroz e do Irga foi para os produtores não expandirem de forma expressiva sua área de produção.
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Em coluna para o caderno Agro do Estadão, José Luiz Tejon Megido, professor de MBA na Audencia Business School, em Nantes, na França, fala sobre como o Brasil poderia ajudar na erradicação da fome no mundo.
Megido diz que “todos os analistas concordam que o agronegócio foi o único setor que cresceu no Brasil em 2020 e continuará crescendo em 2021. Alvíssaras”.
E a partir disso, lembra da indagação: “Qual o papel do Brasil na segurança alimentar global perante uma tragédia como a do Iêmen?” feita à ele por Cléber Soares, diretor de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Segundo, Megido, a pergunta lhe incomodou. Afinal, sem a crise da pandemia, o drama lá já era gigantesco e, agora a ONU alerta que metade das crianças do Iêmen sofrem de desnutrição em 2021.
Então, se questiona: qual é a conexão com o Brasil, se somos hoje um dos líderes na produção de alimentos no mundo? Mas como um país agro, enfrentamos problemas de comunicação e de imagem no exterior.
O professor Tejon Megido, então diz ter um sonho: “O Brasil poderia promover uma safra adicional – acima daquela classicamente consumida pelos mercados (como mercado, leia-se as pessoas com dinheiro para comprar) – em dois produtos, nos quais o Brasil é bom de produção: o arroz e feijão, que podem salvar seres humanos da morte pela desnutrição”
Ele complementa: “Imaginei um estímulo para o Brasil produzir 2 milhões de toneladas a mais de arroz, o que seria cerca de 20% a mais do que está previsto para a safra 2021. No feijão, produziremos 1 milhão de toneladas a mais do que as 3 milhões de toneladas consumidas pelo mercado. E poderíamos somar mais produtos, como o milho branco”.
Seria uma linha de agro da filantropia, que poderia contar com recursos de fundos internacionais, incluiria agricultores que hoje estão fora do mercado e, sem dúvida, seria a melhor campanha ética do Brasil para o mundo.
Mas, o próprio professor questiona retoricamente: “vocês podem dizer: ‘Tejon, isso é um sonho. Tem tanta coisa errada por aí, o desperdício, as guerras, o negacionismo científico. Será difícil controlar e separar o que é do mercado e o que seria dessa filantropia. O que podemos fazer?’.
Ao que ele mesmo responde: “Não iremos resolver o problema do mundo, mas para quem deseja se apresentar ao planeta como fundamental na segurança alimentar, alguma coisa o Brasil deve e pode fazer”.
Leia o texto de Tejon Megido na íntegra aqui!
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