Com as restrições e normas de distanciamento social, as pessoas aumentaram sua permanência em casa e passaram, então, a consumir mais alimentos feitos em casa.
Essa mudança de comportamento e de organização de rotina levaram a um aumento no consumo de alimentos mais naturais e saudáveis, se comparados com os alimentos industrializados e processados.
De acordo com dados da revista Super Varejo, de julho de 2021, os alimentos perecíveis cresceram tanto em forma de industrializados quanto in natura. Entre 2019 e 2020, as vendas tiveram um aumento de 19,6 % e 23,8% respectivamente.
Ainda que os alimentos industrializados não sejam vistos como opções saudáveis, quando se trata de hortifrutis processadas (cortadas e refrigeradas) o consumidor apresentou maior adesão.
Isso porque eles representaram agilidade aliada à saúde para as famílias. Em tempos de isolamento, muitos estavam trabalhando em formato remoto e, muitas vezes, conciliando os cuidados com os filhos e as rotinas da casa.
Hortifrutis industrializados também apresentam a vantagem de durarem mais tempo. Isso permitiu que as famílias pudessem estocar mais produtos e diminuir as idas ao supermercado.
Esse grupo de produtos passou para a terceira posição no ranking de mais vendidos nos supermercados em 2020, superando inclusive o setor de açougue.
Segundo estudos e projeções, a expectativa é que o setor continue crescendo e assuma um ritmo acelerado de desenvolvimento em poucos anos. A busca por alimentos saudáveis e práticos para o dia a dia deve ser cada vez maior.
A longo prazo, o mercado de hortifrutis deve expandir e possibilitar ainda mais produtos industrializados que utilizem ingredientes naturais. É o caso dos sucos feitos com 100% de frutas, os atomatados e os vegetais congelados porcionados.
De acordo com a Euromonitor, até 2025 as vendas no comércio do segmento premium, como os citados acima, devem aumentar em ritmo acelerado.
São muitas oportunidades de negócios para o produtor.
Os produtos industrializados à base de frutas e hortaliças têm apresentado forte crescimento nos últimos 10 anos.
A participação, em percentual, dos perecíveis industrializados no faturamento total do varejo em 2020 superou, inclusive, os valores gastos com açougue e alimentos in natura, que ainda assim ficaram em 4º no ranking.
Nesse segmento, os produtos que se destacam são:
Eles têm a grande vantagem de serem práticos e saudáveis. A procura por opções mais naturais, como os sucos 100% de frutas, aumenta cada vez mais no Brasil.
De 2014 a 2020 o faturamento dos supermercados com esse tipo de produto aumentou de 5% para 20% do total.
Com a pandemia, o consumo de sucos mais saudáveis foi ainda mais incentivado, devido a sua contribuição para o aumento da imunidade.
Pensando no setor de hortifruti, o aumento da venda de produtos como esses favorece a produção, pois demanda maior volume de frutas para a composição de sucos mais naturais e com menos aditivos.
O simples fato de haver uma manipulação do alimento, ele já passa a ser considerado como processado ou industrializado.
Porém, no caso de vegetais congelados, por exemplo, não significa que deixam de ser saudáveis. E o apelo para a redução nas saídas de casa durante a pandemia, unido a busca por mais saúde e imunidade, incentivou a compra de produtos de maior durabilidade.
Por isso, os vegetais processados tiveram também aumento nas vendas nos últimos anos.
Aqui, houve crescimento ainda dos vegetais em conserva, que são uma opção mais acessível e também menos perecível dos que os in natura.
São produtos feitos à base de tomates. O crescimento foi mais lento, se comparado aos dois itens anteriores, mas aconteceu.
As pastas e os purês de tomate estão sendo, aos poucos, substituídos por molhos de tomate prontos para consumo e mais baratos. Na cadeia produtiva isso representa menos uso de tomates.
Porém, enquanto esses sofrem com a queda nas vendas, os itens como catchup e molho barbecue aumentam a procura nas prateleiras, incentivada principalmente pela alimentação no lar durante a pandemia.
O setor de hortifruti está intimamente ligado às tendências de consumo saudáveis e à busca por aumento da imunidade da população em geral.
Uma pesquisa da Euromonitor de 2021, mostrou que 68% dos consumidores da América Latina acreditam que ingerir frutas e vegetais frescos está entre os três principais comportamentos responsáveis por aumentar a imunidade.
A importância dada à saúde deve levar ainda a uma disposição de, inclusive, aumentar os gastos com alimentos mais saudáveis.
De acordo com a pesquisa Lifestyle, também da Euromonitor ( 2017), 20% da população brasileira afirmou estar disposta a pagar mais por alimentos naturais.
Com a pandemia e as novas demandas, provavelmente esse número tenha subido consideravelmente no último ano.
Segundo uma pesquisa mais recente da Euromonitor, de 2019, o Brasil já havia subido de posição na venda de alimentos e bebidas saudáveis. Esse mercado movimentava, então, cerca de 35 bilhões de dólares por ano.
É um cenário bastante promissor, que mostra como a indústria e os produtores devem apostar no desenvolvimento de produtos nesse segmento, de alimentos menos processados, mais nutritivos e com ingredientes mais naturais.
Na alimentação à base de vegetais, os hortifrutis são protagonistas.
Essa é uma tendência mundial que usa vegetais como base para tudo, não apenas para a alimentação. Uma pesquisa do Ibope em 2012, já revelava que cerca de 16 milhões de brasileiros se declaravam vegetarianos.
Esse número já cresceu e deve se manter em crescimento nos próximos anos, seguindo tendências mundiais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a população de vegetarianos dobrou no período de 2009 a 2015. No Reino Unido, o crescimento foi de 360% de 2005 a 2015.
As buscas pelo termo “vegano” aumentaram em surpreendentes 1000% no período de 2012 a 2016, de acordo com o Google Trends.
A tendência da conveniência e da praticidade já está consolidada no mundo. Essa era uma previsão desde 2010, no Brasil Food Trends 2020.
Já se passaram mais de dez anos e a tendência continua firme e presente no dia a dia dos brasileiros. É a busca pela saúde, aliada à conveniência. Isso envolve um excelente crescimento para o mercado de produtos saudáveis embalados.
A busca por alimentos saudáveis e nutritivos não deixou de lado o interesse pela praticidade.Tudo que possa facilitar a vida agitada, como produtos em quantidades pequenas, prontos para o consumo ou fáceis de preparar, veio para ficar.
Novamente, cresce o mercado de hortifruti, servindo como ingrediente principal para essa nova gama de produtos, além de permanecer no prato dos brasileiros em sua forma natural: como saladas, legumes e frutas in natura.
Viver bem, manter uma rotina regrada de exercícios e alimentação saudável, virou símbolo de status. E essa é uma das principais tendências de consumo para os próximos anos.
De acordo com a Top 10 Global Consumer Trends for 2017, da Euromonitor International, a busca por um estilo de vida saudável, com hábitos alimentares que incluam mais frutas, vegetais e hortaliças, é uma tendência de mostrar status.
No Brasil, um estudo sobre dieta produzido pela empresa MindMiners, em 2017, revelou que 90% dos entrevistados tinham vontade de mudar seus hábitos alimentares no último ano.
O que eles acreditavam ser uma importante mudança nos seus padrões de alimentação era a quantidade de hortifrutis que deveriam consumir.
Para 68% dos entrevistados, melhorar a alimentação significava comer mais alimentos in natura, além de beber mais água e sucos 100% de fruta.
As motivações para essas mudanças incluíam a prevenção de problemas de saúde, a perda de peso, buscar por mais disposição e energia, e, por último, ser um bom exemplo para a família e amigos.
O consumo de hortifruti é uma tendência, veio para ficar e tende a crescer cada vez mais, seguindo as pautas de saúde e preocupações com o meio ambiente.
Se você quer investir nesse meio, terá muito trabalho para os próximos anos.
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