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Clima de Setembro no Maranhão: Impactos das Secas e Mudanças Climáticas no Agronegócio

Clima de Setembro no Maranhão: Impactos das Secas e Mudanças Climáticas no Agronegócio

Agronegócio no Brasil 11 de set de 2024
Patric
Postado por: Patric Sequeira

O Maranhão, localizado no nordeste do Brasil, possui um clima tropical caracterizado por duas estações bem definidas: a estação chuvosa, que ocorre entre janeiro e junho, e a estação seca, que se estende de julho a dezembro. Em setembro, o estado já está bem dentro da temporada seca, o que traz desafios significativos para o agronegócio local, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e eventos extremos de seca, que vêm se intensificando nas últimas décadas.

Clima de Setembro no Maranhão e Seus Efeitos

Setembro marca o período mais seco do ano no Maranhão. As temperaturas podem alcançar médias de 30°C, e as chuvas são praticamente inexistentes, com uma precipitação média inferior a 30 mm em boa parte do estado, especialmente no centro-norte. Regiões como o sul do estado, que fazem parte do cerrado maranhense, tendem a sofrer ainda mais com a falta de água, afetando diretamente as atividades agropecuárias.

Em anos normais, a seca já é um desafio, mas as mudanças climáticas têm agravado o cenário. Estudos indicam que as secas estão se tornando mais frequentes e severas, impactando o regime hídrico da região. A elevação da temperatura global pode reduzir ainda mais a umidade disponível, alterando o ciclo hidrológico e prejudicando a capacidade de regeneração das áreas de pastagem e culturas agrícolas.

Mudanças Climáticas e Secas no Maranhão

As mudanças climáticas globais estão gerando uma intensificação dos eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e ondas de calor, que têm afetado diretamente a produção agrícola e pecuária no Maranhão. O aumento da temperatura média global, que já supera 1,1°C em relação ao período pré-industrial, tem exacerbado as condições de seca no estado.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as secas intensas nos últimos anos causaram uma redução significativa na produção de grãos, principalmente no cerrado maranhense, que é um dos grandes polos agrícolas do estado. Em 2023, por exemplo, a produção de milho e soja sofreu uma queda de até 15% em algumas regiões devido à baixa precipitação e temperaturas mais altas.

Além disso, o estado enfrenta uma perda considerável de cobertura vegetal, o que agrava ainda mais a capacidade de retenção de água no solo. Isso impacta diretamente a produção agropecuária, especialmente no manejo de pastagens para o gado e na produção de culturas como milho, soja e arroz, fundamentais para a economia maranhense.

Impacto no Agronegócio Local

O agronegócio é uma das principais atividades econômicas do Maranhão, sendo responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, de acordo com dados da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Maranhão (SAGRIMA). A pecuária, em especial, tem grande relevância, com o estado ocupando a quinta posição nacional em produção de carne bovina. No entanto, a seca e as mudanças climáticas têm criado um cenário desafiador.

  • Pecuária: O pasto, principal fonte de alimentação para o gado, sofre com a estiagem prolongada, reduzindo sua qualidade e quantidade. Isso força os produtores a recorrerem à suplementação alimentar, o que eleva os custos de produção. Segundo estimativas locais, os custos com suplementação aumentaram até 20% nos últimos anos.
  • Culturas Agrícolas: As principais culturas do estado, como milho e soja, têm visto uma queda na produtividade. A soja, por exemplo, que ocupa uma área plantada de mais de 1 milhão de hectares, sofreu uma redução de produtividade de até 15% em algumas regiões em anos de seca severa.
  • Impacto Econômico: As secas e as mudanças climáticas também afetam a rentabilidade dos produtores. Segundo um estudo da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o Maranhão pode perder até R$ 2 bilhões por ano em produção agrícola e pecuária se as tendências de mudança climática continuarem sem adaptação.
Adaptações e Soluções

Para enfrentar esses desafios, o setor agropecuário no Maranhão vem buscando soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como:

  1. Irrigação Inteligente: A adoção de sistemas de irrigação eficientes, como gotejamento e pivôs centrais, vem crescendo, especialmente em culturas de alto valor como a soja. O uso de tecnologias de manejo da água pode aumentar a eficiência hídrica em até 40%.
  2. Cultivares Resilientes: O desenvolvimento de variedades de milho e soja mais resistentes à seca é uma das estratégias em curso. Esses cultivares podem suportar melhor os períodos de estiagem, garantindo uma produtividade mínima.
  3. Manejo Sustentável do Solo: A rotação de culturas e o plantio direto são práticas que ajudam a conservar a umidade do solo, promovendo a retenção de água e a manutenção de nutrientes, essenciais para garantir a produtividade em períodos secos.
Conclusão

O agronegócio no Maranhão enfrenta desafios crescentes com o avanço das mudanças climáticas e as secas prolongadas, especialmente no mês de setembro, quando as condições de estiagem são mais severas. Investir em tecnologias e práticas agrícolas mais sustentáveis é essencial para manter a produtividade e garantir a resiliência da agricultura e da pecuária na região. Sem adaptação, os impactos econômicos e sociais podem ser ainda mais graves, afetando não apenas o setor, mas toda a população que depende dele.

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